"Olham'esta agora armada em terapeuta familiar!!!" Pois... Pensem o que quiserem! Eu acho que a vida é uma constante lição e que as maiores lições aprendemos com as nossas próprias asneiras. Cresci a ouvir milhões de conselhos, não foi por isso que errei menos.
É com as quedas que aprendemos a levantar-nos e tenho a certeza que da próxima vai ser muito melhor! Resolvi fazer um apanhado dos erros que mais vejo serem cometidos (alguns por mim também foram) e que, hoje em dia, com a frieza da distância e a experiência que tive, quando vejo um casal a cometer estes erros, só me apetece pôr-lhes uma sirene em cima da cabeça e gritar: CUIDADO!!!!!
1. Gostarmos mais do outro do que gostamos de nós.
Percebi que é impossível gostar de alguém sem gostarmos de nós próprios. Quando nos esquecemos de nós, de nos cuidar, de nos mimar, é impossível termos disponibilidade para sermos felizes porque a única preocupação passa a ser o bem-estar da outra pessoa. E quando essa pessoa vai embora, sobra uma carcaça de qualquer coisa que um dia fomos.
2. Não olhar nos olhos, pelo menos uma vez por dia.
A rotina e o dia-a-dia de trabalho, casa e filhos faz com que as pessoas andem cansadas. Os banhos são dados à pressa, o jantar é feito à pressa e a refeição (quando é à mesa) é feita entre "come o frango!" e "não entornes a água!". Depois é enfiar as crianças na cama, arrumar a cozinha e deitar os ossos no sofá ou na cama. De repente damo-nos conta que há dias que não olhamos a pessoa nos olhos e não perdemos 1 minuto sequer para dar um mimo ou fazer um carinho.
3. Por os filhos à frente do casamento.
Os filhos são um complemento do casamento, não um objectivo e muito menos um fim! Os filhos materializam o amor entre duas pessoas, são fonte de felicidade mas também de cansaço e são uma herança que deixamos na terra. Nunca devem ser postos à frente (nem atrás) de um casamento. Por vezes estamos tão ocupadas com as horas dos leites e de por as crianças a arrotar ou com os folhos da camisa e as mochilas da escola, que é fácil esquecer que há outra pessoa na nossa vida que também precisa de atenção.
4. Esquecermo-nos de "regar" o amor.
É muito fácil amar um filho. Ele saiu de dentro de nós. É um amor mágico, eterno e incondicional. Difícil é amar uma pessoa que escolhemos, que nos escolheu. Que tem defeitos e virtudes e que tem de lidar com os nossos também. Um amor entre um casal tem de ser regado para não morrer, o amor entre um pai e um filho, não! Por isso não faz mal nenhum, de vez em quando deixar os filhos com os avós ou os tios para ir namorar para longe! Os filhos não vão deixar de gostar de nós por isso.
5. Deixar coisas por dizer.
Muitas vezes para não haver discussão. Mas o problema é que magoam e, sem darmos conta, fica lá escondida. E da próxima vez, acumula. Um um dia sai tudo pela boca fora numa proporção bem maior do que devia. Se alguma coisa nos magoa ou incomoda, devemos sempre dizer, falar, conversar. Às vezes são coisas mínimas que podem ser imediatamente resolvidas em vez de se transformarem em fantasmas que um dia se soltam para assombrar uma relação.
6. Não saber pedir desculpa e nem aceitar.
Às vezes não é fácil pedir desculpa. Mas também pode ser complicado aceitar. Aquele orgulho manhoso que temos... Apetece-nos fazer birra e ficarmos amuados. Quando as coisas seriam tão mais fáceis se, depois de fazer as pazes, déssemos umas boas gargalhadas. Juntos! Não há nada melhor do que partilhar gargalhadas! E se for com a pessoa de quem gostamos, que podemos pedir mais?
7. Termos remorsos de nos pormos bonitas.
Que mal é que tem ele ficar com as crianças para irmos ao cabeleireiro? Precisava de comprar umas calças para a filha... O cabeleireiro podia esperar... A sério? E as calças? De certeza que não podem esperar até ao fim do mês? Desde que somos mães, somos invadidas por um sentimento de culpa! Gastar 7€ a arranjar as unhas parece uma loucura quando precisamos de gastar 15€ numas calças para a riqueza. E assim vamos ficando com as roupas mais gastas e o cabelo num horror. E é claro que isso vai baixar a nossa auto-estima e blá blá blá (Reler o ponto nº 1!) Não há melhor do que nos sentirmos bonitas. E eles também adoram ter uma mulher bonita ao lado! De vez em quando, deixemos as calças dos nossos filhos darem pelo tornozelo! Só até ao fim do mês! Eles nem vão notar... ;)
8. Não dar espaço ao outro para respirar.
Claro que a rotina do dia-a-dia nos deixa pouco tempo para estar em casal. Mas esse tempo tem de ser mesmo grudado um no outro? Eles adoram ir ao ginásio, ver o futebol com os amigos e beber uns canecos. E nós? Não gostamos também de ir com uma amiga ao shopping ou com um grupo animado de miúdas jantar fora? Tanto eles como nós, voltamos bem mais descontraídos e felizes para casa depois de um programa destes. Não aguento ver casais a discutir por causa deste assunto... Uma pessoa feliz e descontraída é bem mais disponível para o outro quando volta para casa.
9. Fincar o pé em vez de engolir um sapo.
Especialmente no tema sogras. "Porque a minha mãe disse para fazer assim!" De certeza que a nossa mãe ou nós mesmas sabemos muito melhor como se faz. Mas às tantas, pode gerar-se uma confusão tão grande só porque a sogra diz que quer a cenoura às rodelas e nós achamos que fica melhor ralada. Mais vale pensar bem na importância do assunto antes de mandar vir as tropas para a guerra. Eles vão ficar tão surpresos e satisfeitos por darmos razão à mãe deles e fazermos como eles sugerem... E na realidade, cenoura é cenoura. Pouco importa se vai às rodelas ou ralada.
10. Não brincar!
É fundamental brincar. Dar gargalhadas, fazer palhaçadas. Criar cumplicidades. Não falar só de coisas sérias nem de problemas nem de filhos nem de contas. Gozar um com o outro, pregar partidas, fazer surpresas. Se houver humor e boa-disposição, a vontade de estar ao lado daquela pessoa é muito maior. E quando há problemas, é muito melhor e mais fácil ultrapassá-los a rir do que sentados a carpir mágoas e a implicar um com o outro.
Como dizia o outro: Façam o favor de ser felizes!