Crescemos a achar que as nossas mães são infinitas. Que chegam a todo o lado. Que curam todas as feridas. Que sabem cozinhar tudo. Que conhecem as curas para todas as doenças.
Temos filhos e depositamos a mesma expectativa sobre nós próprias. Não porque alguém nos tenha imposto, mas porque achamos que é assim que tem de ser. E porque os nossos filhos não merecem menos que isso.
Esperamos ser as super mulheres. Ter as respostas a todas as perguntas. Conhecer o remédio para todos os problemas. Ter os minutos suficientes para chegar a todo o lado. A paciência infinita para gerir todas as situações. A disponibilidade para todas as dúvidas. A sopa fresca no frigorífico. O jantar perfeito e nutritivo em vez dos ovos mexidos feitos à pressa. A roupa impecável.
No fundo achamos que conseguimos ter tudo sob controlo. Exigimo-nos ter tudo sob controlo.
E quando não conseguimos? E quando achamos que estamos a dar atenção ao filho que precisa e afinal quem precisa é o outro? E quando o tempo não permite responder a tudo? Ou o cansaço se apodera de nós?
Há dias em que nos sentimos a pior mãe do Mundo!
Há dias em que temos de escolher ter o jantar pronto a horas ou dar-lhes atenção.
Há dias em que temos que escolher ir comprar pão para o pequeno-almoço ou ir ao parque antes de ir para casa.
Há dias em que temos de escolher entre ler-lhes uma história ou ir acabar de arrumar a cozinha.
E o pior é que as escolhas prevalecem no que tem de ser e não no que teríamos vontade de fazer.
Há dias em que me apetecia não ter de fazer escolhas! Preferia só ser mãe. Só ter a infinitude que me exigi. Ou que pensei que deveria ter. Há dias em que me apetecia não ter relógio. Não ter regras. Não ter rotinas. Não ter exigências.
Apetecia-me só ser.
Concordo. E nos dias em que não temos força nem paciência nem jeito nem vontade para ser mãe e existe uma terceira hipótese...
ResponderEliminareste fds senti-me assim...é frustante
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