É dia 25 de Dezembro. Volto para casa com as mãos vazias. Para uma casa vazia.
No quarto deles ainda há roupa do Natal atirada para cima da cama à espera que eu cuide dela. Brinquedos espalhados pelo quarto, da manhã que passaram a brincar com eles pela primeira vez, antes de sairmos de casa apressados para irmos para o almoço de Natal.
À noite, depois de quase 48 horas numa azáfama cheia de Natal e de vida, só está a casa. E o cão. E eu!
Há 6 anos que é assim. E desde o Natal passado que eu sabia que hoje ia voltar a ser assim.
O Pai veio buscá-los para uns dias de mimo, de brincadeiras, de tempo só deles. E eles foram tão felizes! E eu gosto tanto disso!
Mas os anos passam e eu não me habituo. A isto! Ao 25 de Dezembro de mãos vazias. No Verão não custa tanto... É o Inverno! Este maldito inverno que me dá a volta.
Amanhã já estou bem! Amanhã já encarnei o meu papel na minha vidinha pacata de solteira.
Amanhã vai saber-me bem chegar a casa sozinha. Amanhã vai saber-me bem ter a televisão só para mim. Amanhã vai saber-me bem receber as fotografias deles nas suas brincadeiras. Amanha vai saber-me bem não ter obrigações. Amanhã vai saber-me bem ter silêncio.
Hoje não! Hoje o silêncio é ensurdecedor. Hoje o vazio é arrebatador. Hoje não...
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