O fim do ano é sempre época de balanços. Fazer a revista a tudo o que fizemos, ao que ficou por fazer. Refazer a lista de objectivos. A vida ensinou-me a não traçar objectivos muito altos. É preferível traçá-los exequíveis. Por isso fui deixando de ser tão exigente comigo própria. Prefiro atingir alguns a frustrar pelo caminho.
Este último ano tem sido duro a nível de análise. Acho que a crise dos 40 chegou adiantada. Tenho pensado muito onde cheguei e revisto o caminho que fiz.
Quando disse ao meu pai que queria ser Educadora (em vez de tirar o curso de gestão que ele ambicionava para mim) ele perguntou-me se eu queria ser pobre... Eu respondi que queria ser feliz!
Hoje constato que nem sempre é fácil ser feliz! Muito menos num país onde a nossa profissão é tão desvalorizada... (Quase me mudei para a Tailândia quando o meu irmão me disse que lá eu podia receber 3 vezes mais do que recebo aqui.)
Custa-me pensar assim porque tenho a sensação de passar por ingrata tendo em conta tudo o que já alcancei até aqui. Mas custa-me não poder ter uma vida sem sobressaltos. Sem jiga-jogas constantes para tapar buracos. Sem deitar a cabeça na almofada descansada e poder dormir tendo a certeza que teremos tudo o que precisarmos sempre que precisarmos.
Na verdade não vai faltando nada. Mas só não falta porque eu me tornei uma acrobata olímpica que estica os braços em todas as direções e vai fazendo ultrapassagens perigosas quando vê um camião ao fundo em sentido contrário.
Se calhar podia ter vivido mais descansada e menos feliz. Nunca vou saber. Os “ses” nunca têm resposta e pensar muito neles nunca foi solução.
Sou muito feliz com o que faço e com o que tenho. Mas se pudesse ser feliz descansada era muito menos desgastante.
Para 2019 não peço milagres. Dormir sem sobressaltos já era suficiente!
Sem comentários:
Enviar um comentário