14/12/2018

Devia ser obrigatório as madrastas substituírem as mães

Quem diz que as madrastas não substituem as mães, está a mentir. 

As madrastas substituem sim! E se não substituem, deviam fazê-lo! 

O tempo das madrastas más ficou na era da Cinderela. Hoje em dia as madrastas são porreiras. As madrastas são fixes. Muitas vezes, mais fixes que as mães. 

É importante que as mães entendam que os filhos adoram as mães incondicionalmente tal como as mães fazem com eles. Assim que as mães conseguirem fazer este exercício, vão ter segurança suficiente para entender que as madrastas não ocuparão nunca o seu lugar. O coração das crianças é muito maior que o dos adultos e por isso tem espaço para todas as pessoas de quem gostam. 

Assim que as mães entenderem que as madrastas não estão em competição com o lugar no coração dos filhos, as mães vão pedir por favor para as madrastas as substituírem. 

Mas porque é que as mães deveriam querer uma coisa destas? 

Substituir significa estar no lugar de. Se pensarmos que as madrastas só estão com os nossos filhos quando nós não estamos, percebemos que sermos substituídas por elas é bom. 

Quando nós não estamos, é bom sabermos que há uma figura materna (feminina se preferirem) a dar-lhes mimo quando se magoam. É bom sabermos que essa pessoa lhes vai pedir que comam a sopa até ao fim, que tomem banho, que verifiquem se lavaram bem os dentes. É bom sabermos que eles têm alguém que lhes tire a dúvida do trabalho de matemática, que os obrigue a vestir o casaco para irem à rua ou que os ajude a secar o cabelo. É bom sabermos que está lá uma pessoa que se vai sentar no sofá a ver um filme com eles, que lhes vai apertar o capacete da bicicleta e que lhes vai dar um lenço para assoar o nariz. Provavelmente vai ter mais paciência para jogar monopólio com eles porque é possível que esteja menos vezes com eles também. É bom saber que está alguém com eles que sabe como gostam do pão ao pequeno-almoço ou que não querem azeitonas na pizza. Que vai controlar os horários da cama e que lhes vai dar um beijo de boa noite e dizer-lhes para terem bons sonhos.

Mas o pai não é capaz de fazer o mesmo? Claro que é! Óbvio que é! E faz! Mas se a madrasta lá está, queremos que ela o faça também. Queremos que seja a madrasta porreira e fixe (muitas vezes mais fixe que a mãe) e não a madrasta da Cinderela. 

Por isso, sim! Devia ser obrigatório as madrastas substituírem as mães! 

Devia ser obrigatório as mães darem esse espaço às madrastas. 


Devia ser obrigatório os filhos sentirem que podem gostar das madrastas (quase) tanto quanto gostam das mães. Ou pelo menos entenderem que as mães não vão ficar melindradas por eles gostarem delas tanto quanto elas couberem nos seus corações. Mas isso já é responsabilidade das mães. Não é das madrastas. Nem dos filhos. 

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