No ano passado, apesar de trabalhar no mesmo colégio dos meus filhos, não estava no mesmo edifício. Este ano, não só estou no mesmo edíficio, como nos cruzamos muitas vezes no acolhimento e a casa-de-banho da sala do Vicente é colada à minha sala.
Sou uma pessoa por norma expansiva e afectiva. Cumprimento as crianças de manhã com um Piolha do meu coraçãoooooooooooo!!!!!!!!!!! Ou coisas do género! E adoro dar-lhes beijos no pescoço e apertá-los.
Só que os meus filhos estavam habituados a que esse tipo de afectividades fossem exclusivas deles. E não acham graça nenhuma quando vêm a mãe a dar colo a uma criança que fica a chorar de manhã ou a dar "aquela" atenção a outras crianças. Já lhes expliquei que a mãe está a trabalhar e que as outras professoras também não andam agarradas aos filhos. Para o Vicente, principalmente, não é fácil!
Por um lado isso chateia-me! Porque não gosto que eles fiquem com ciúmes mas também não me apetece ter de olhar por cima do ombro de cada vez que quero apaparicar uma criança que não me tenha nascido da barriga. Mas confesso que não há melhor do que ver os olhos estremunhados do Vicente a espreitarem no vidro da porta da minha sala depois da sesta para me vir dar um beijinho quando acorda ou o orgulho da Gigi quando me vai fazer uma visita para ver os bebés. E tenho noção que isso é um enorme privilégio!