20/02/2019

Como é que se perdoa?

É uma das perguntas que mais me fazem quando me contactam a pedir ajuda. 

Perdoar! É também das coisas mais difíceis de fazer. Principalmente quando pancada é grande. 

As coisas não acontecem sempre como planeamos. A vida é assim em tudo, não apenas nos casamentos. Os motivos que levam ao desfecho do divórcio podem ser mil, mas o perdão está sempre presente no processo de cura. E é das conquistas mais importantes que precisamos ganhar. 

Não é possível fazê-lo de um dia para o outro. Mas é possível! 

Perdoar será o maior gesto de generosidade que podemos ter. Para eles e para nós, para um dia conseguirmos a nossa libertação. 

É fácil deitar as culpas para cima do outro. E por vezes fazemo-lo também para não encarar que nós somos tão somente metade dos envolvidos no processo. 

Independentemente das razões que levaram ao divórcio, independentemente de quem teve mais culpa. De quem se esforçou mais para que tal não acontecesse, ou até mesmo de quem não queria que lá se chegasse. É importante esquecermo-nos de quantificar culpas. Quantificar culpas só vai servir para atirar constantemente para cima do outro a total responsabilidade. Não interessa de quem é! Não interessa porquê. 

Temos de nos focar na realidade. O divórcio aconteceu? Pronto! Então vamos tratar de deixar de fazer disso a nossa cruz. 

Vamos tentar entender que é importante chegarmos a um entendimento com ele. Principalmente quando há filhos. 

Vamos tentar olhar para a frente. Perceber de que forma podemos construir uma nova relação que não tem de ser de amizade. Apenas cordial. Civilizada. Polite! Como dizem tão bem os ingleses. Uma relação “polida” suficientemente cerimoniosa mas cordial. 

A culpa? Essa vai morrer solteira. Atirem essa palavra para fora da equação. 

Vestir os sapatos do outro. Perceber que, de forma certa ou errada, todos temos o direito a voltar atrás. A cometer erros, a acertar. Todos temos o direito a mudar de direção. Mesmo que a direção dele não seja a mesma que a nossa ou não nos envolva no processo. 

Dói? Doi! Dói muito? Depende. Pode doer mais para uns do que para outros. Pode doer de formas diferentes. Não interessa. 

Curar a dor e investir no perdão. 


Quando esse dia chegar, tudo vai ficar mais fácil de ver e de viver. 



Também podem comprar o meu livro “Vais amar-te e respeitar-te e ser feliz depois que o divórcio vos separe” e ler mais sobre este tema! 

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