Dos amigos

Ontem quando fui para a cama, li este post e deitei-me a pensar no assunto... Realmente, quanto mais se cresce, menos amigos se vai tendo...

Lembro-me da minha festa de 15 anos. No Country Club de Cascais (que já não existe) e para a qual convidei 120 pessoas. Sem família incluída. Apenas "amigos"... Provavelmente hoje não me lembro do nome de metade deles...

Há uns tempos perguntei ao meu irmão mais novo (ainda a sair da adolescência) como é que ele podia ter mais de mil amigos no facebook. Não é possível!!! "Não são todos meus amigos, amigos! Mas conheço-os todos!" E eu pergunto: ao ponto de os adicionar no fb? Eu também conheço muita gente!!! A senhora da padaria, a empregada do prédio, o instrutor de condução de há 10 anos atrás, a terapeuta do curso pré-parto... Não é por isso que os adiciono no fb. Mas tenho de compreender! Afinal, quem foi a anormal que convidou 120 pessoas para a festa dos 15 anos???

Hoje tenho 3 núcleos de amigos! O meu grupo restrito da adolescência que sobreviveu a tudo e a todos e ainda hoje se mantém de pedra e cal! São pessoas que eu adoro e que não trocava por nada! Cada um com o seu feitio e personalidade. Mas todos nos completamos. Hoje em dia, só nos juntamos todos ao mesmo tempo em aniversários porque com maridos, mulheres e filhos já somos muitos. Mas estamos muitas vezes uns com os outros alternadamente e sabemos sempre tudo!

As minhas amigas da faculdade. Ao todo somos 6 e juntamo-nos 2 vezes por ano, mas dou-me muito com uma que acabou por trazer mais outra pessoa muito especial.

E os amigos do Luís. Que há muito tempo passaram a fazer parte da minha vida e há uns casais mais próximos com quem eu adoro estar!

No entanto, se contar aquelas pessoas com quem eu posso mesmo contar! Com quem eu sou capaz de partilhar as minhas maiores dores e sei que me vão dar um abraço do tamanho do mundo, chega a uma mão de gente. E ainda assim, já me sinto com sorte!!!

O meu grande mal, é que sou amiga de toda a gente! Faço tudo por toda a gente e nunca consigo dizer não a ninguém! Porque também não gostaria que o fizessem comigo. E depois vou levando umas chapadas pela vida fora, de gente que precisa de receber, mas não precisa de dar. E quando as amizades se tornam unilaterais, deixam de fazer sentido! Porque a amizade é isso mesmo, uma troca! Um toma-lá-dá-cá gratuito e altruísta!

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