21/01/2010

Educar custa, mas também dói...

... e é na alma, que é bem pior do que a dor física...
Ontem a Luísa mordeu um amigo na escola. Não liguei porque não sei em que circunstâncias isso aconteceu e porque ela não tem o hábito de o fazer. Hoje quando cheguei do escritório fiz a habitual pergunta: A minha Princesa portou bem na escolinha??? Ao que a avó responde: Não! Hoje foi feia outra vez! Mordeu uma menina!
Eu sentei-me nas escadas, pus a Luísa no colo e tentei conversar com ela: Não pode ser! Não se morde os amigos, faz doi-doi, etc etc etc. Ela não gostou da conversa e após uma tentativa falhada para fugir do meu colo, levou a mão ao ar e deu-me um valente chapadão na cara. Com tanta força que me espetou uma unha no olho... No calor do momento quis dar-lhe uma palmada por ter batido na mãe, mas ela fugiu com a mão e eu acertei-lhe na cara... Ela entrou em prantos... Não pela dor, porque não fiz força quase nenhuma, mas porque lhe afectou o ego... E quanto mais ela chorava, virada para a avó como se fizesse queixinhas da mãe, mais o meu coração apertava até sufocar.
Sempre fui apologista de uma palmada na hora certa! E um estalo na mãe merece uma palmada, mas sempre tive o cuidado de fazer das palmadas, momentos raros e sempre tive o cuidado de bater na fralda ou sacudir a mão.
Apesar de ter a noção que ela entendeu a asneira que fez, não parava de me culpar e auto-criticar por tê-lo feito!
Doeu muito e espero não ter de o repetir... Fizémos as pazes passados 10 minutos. Expliquei-lhe que não se podia bater na mãe e que tinha de dar um beijinho e pedir desculpa. Tive direito a uma lambidela deliciosa e o pedido de desculpa fica para quando ela tiver noção disso. Quando a deitei na cama, agarrou-se ao meu pescoço a fazer-me festinhas nas orelhas. :) Penso que educar faz parte do crescimento dos filhos, mas também será um crescimento contínuo para os pais... Um conhecimento mútuo e uma paixão crescente que só há de parar quando os pais forem para o céu...
Já agora, sobre as mordidelas, este texto acalmou-me... :)
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4 comentários:

Rita C´est ma vie disse...

Estiveste muito bem! Não te preocupes que um dia ela há-de agradecer a Mãe que tem :)))
Bjsss

Márcia disse...

Não stresses!!! É comum.

O Eduardo também andou numa de morder, levou umas quantas palmadas e a coisa passou!

Já o levantar a mão está mais difícil, enfim...

Educar é duro, durissimo e deixa-nos constantemente a pensar se estamos a agir bem...

Beijos grandes,
Márcia

Anónimo disse...

Eu também mordia quando estava no infantário, até ao dia que a minha mãe me mordeu! Remédio santo, não voltei a morder!

Try it!
ILR

Patrícia Teodoro disse...

Dói muito educar mas é para o nosso bem enquanto seres humanos e temos muitas vezes que tomar medidas que nos fazem doer a alma...um grande beijinho para as duas