23/05/2017

Uma corrida contra o tempo chamada Maria Antónia

Eu e os animais... Os animais e eu... 

É mais forte que eu! 
Na 6ª feira passada apareceu-me um labrador preto ao pé do carro. Não tinha coleira... Não podia deixá-lo ali! Só pensava no meu! E em como queria que alguém o apanhasse e procurasse desesperadamente por mim. Além de que agora é obrigatório por lei socorrer os animais. 
Lá o enfiei no carro e fomos à Esquadra da PSP fazer a leitura do chip. Felizmente apareceu o dono do cão enquanto o Agente lia o chip de identificação. Foi o salvamento mais rápido de toda a história de cães perdidos. 

Hoje apareceu a Maria Antónia caída ao pé de um canteiro. Mal se mexia... Uma colega agarrou-a pensando que já não teria vida. Mas tinha! Os olhos ainda fechados. O cordão umbilical ainda agarrado. Miava de fome e de saudades da mãe. O que fazer? 

Voltámos a pô-la no canteiro à espera que a mãe a viesse buscar. Não veio. Um calor brutal! Não a podíamos deixar ali. 

Liguei para a Fundação São Francisco de Assis em Cascais a pedir ajuda! 

- Traga-a por favor! 

A sério? Que descanso!!! Já estava a ver a minha vida a andar para trás... Como é que eu ia alimentá-la??? E se morresse??? Eu não ia aguentar... Foi uma benção que me caiu do céu. 

Meti a Maria Antónia numa caixa e enfiei-a no carro. 



Parecia que ia numa corrida contra o tempo. Tão pequenina... Tão frágil! Um calor de morte... Não se respirava no meu carro. 

Enquanto guiava olhava constantemente para ela à procura de sinais de vida. 

- Não morras aqui! Por favor não morras aqui!!! 

Chegámos à Associação e já lá estava uma pessoa à espera da Maria Antónia. Levou-a para casa para poder alimenta-lá de 2h em 2h. 



Está bem entregue. E muito bem entregue. Agora é rezar para que tudo corra bem e para que a Maria Antónia cresça e encontre uma casa que cuide dela para sempre. 

2 comentários:

Anónimo disse...

Há quase um ano encontrei 3 gatinhos recém nascidos ainda com o cordão umbilical fechados num saco plástico dentro do caixote do lixo. Felizmente salvei-os e foram duas semanas a dar todos os cuidados que precisavam. De manhã deixava-os na clínica veterinária (que se ofereceu para cuidar deles durante o dia enquanto estava a trabalhar) ao final do dia vinham para casa e era a noite toda a alimenta-los de 2 em 2 horas. Consegui que fossem adoptados e sei que estão muito bem :) valeu a pena esta luta contra o tempo porque no fim temos sempre a sensação de que salvamos seres que merecem a vida! Quanto a quem os deixou no contentor, espero que nunca mais tenham conseguido deitar a cabeça numa almofada sem que sintam o peso na consciência!

Célia disse...

Chorei... Obrigado por ser assim...