07/08/2013

Mas onde é que enfiaram as senhoras da Caritas e da Cruz Vermelha???


Uma das recordações que tenho de miúda é de contribuir para a Cáritas e para a Cruz Vermelha. Fosse com a minha avó ou com a minha mãe. Lembro-me daquelas senhoras tão simpáticas e com bom ar a trazer a latinha pendurada ao pescoço com o orgulho com que se enverga um colar de esmeraldas. (Quase, vá...) E o típico autocolante de lapela que eu adorava pôr.
Hoje em dia, tropeça-se em peditórios em todas as esquinas. Têm uma atitude invasiva e antipática. Somos quase esfaqueados se não contribuirmos... 
"O país está na merda e tu não dás nada a quem precisa???"
Olha... Também eu preciso. E precisava de ganhar um ordenado a mais para poder contribuir de cada 10 vezes diárias que me pedem... Além do mais, antigamente, eu tinha a certeza que o dinheiro que dávamos, chegava ao seu destino... Hoje em dia... As instituições são tantas que nós nem sabemos se existem! Para o Cancro por exemplo, era só o IPO, agora são milhões. E para crianças com deficiência? Não têm fim! Melhor ainda é que não podemos contribuir com o que pudermos! Há donativos pré-estipulados. No outro dia quis dar 0,50€ a uma senhora que pedia para qualquer coisa do Cancro. 
"Ah... Não pode ser... A senhora tem de contribuir com 4€!"
Como??? Oitocentos paus??? Isso era quase o dobro da minha semanada!... E o dinheiro vai para onde? Metade é comissão para a pessoa que está a fazer o peditório. O resto... Sabe-se lá... Não era preferível receberem 0,50€ de várias pessoas do que terem várias como eu a recusar dar 4€?
Não sei... Digo eu...

14 comentários:

Imperatriz Sissi disse...

Assino por baixo. Antigamente até os peditórios tinham outra postura, realmente. E essas contribuições caríssimas, de comprar peluches horríveis não se sabe para quê...é que não mesmo!

Simplesmente Ana disse...

Também acho que assumem uma atitude antipática e de desprezo quando não contribuímos. E realmente, se quero dar 1€ ou assim, impingem-se produtos que eu não quero de valor bastante superior. Não percebo esta política.

Bruxa Mimi disse...

Concordo a 100%. Peditório que mereça tal nome aceita QUALQUER oferta que seja feita. Não faz nenhum sentido terem valores pré-estipulados. Podem ter coisas à venda, que algumas pessoas prefiram comprar para ajudar, mas recusarem dinheiro por ser "insuficiente" é ridículo! Ah, e aposto que se quisesses dar 5€, ou 4,50€, por uma coisa que custava 4€, já não se importavam!

Anónimo disse...

só queria dizer q ha mtos anos na minha terra dar dinheiro para as cáritas era para as tais senhoras de bom ar lancharem no savoy todas as tardes ( fui guia de portugal e ajudava nos peditorios )... acredito mto mais nas pessoas de hoje q nao têm bom ar e isto com respeito a quase tudo..
de bons ares ta o inferno cheio e espero q mtos continuem a ir la bater..

Bruxa Mimi disse...

Anónima das 22:08, eu não sei (nem quero saber) de que terra fala, nem que senhoras eram essas, mas como é que sabe que as senhoras lanchavam no Savoy todas as tardes com o dinheiro que tinham angariado para as Cáritas? Os dois factos não têm de estar relacionados!

Pam disse...

Concordo plenamente com este texto. Não me lembro assim tanto de ver as senhoras com lata ao pescoço mas isso devido aos meus 21 anos. A mim custa-me passar por essas "esquinas" e não contribuir mas a verdade é que não sei ao certo para onde vai o dinheiro. Sou voluntária do BACF e até já me disseram que muitos dos alimentos que as pessoas doam andam a encher muitas despensas de ricos. Mas enfim, eu gosto de contribuir conforme posso. Agora essas instituições que vendem jogos e peluches e que não aceitam uns trocos, de mim não levam nada... Já para não falar de que, efectivamente, a instituição (se é que existe) fica com uma ninharia e da atitude arrogante com que os colaboradores abordam as pessoas. Fogeee!

Anónimo disse...

Mimi se o referi é q sei q era com uma parte do dinheiro doado..não sou leviana para andar aqui a fazer comentários à toa sobre isto..
agora se ha quem acredite em aparências isso já n é problema meu..só digo ainda bem q n sou assim nem educo as minhas filhas dessa forma..
bom dia a todos :)

Anónimo disse...

E olhe que o facto de não querer saber que terra é nem se importar com tal coisa já diz muito sobre a mentalidade das pessoas, de que vale denunciar?? niente, toda a gente reage assim como vc mimi,é uma tristeza para n dizer pior

Paula disse...

Eu também me sinto invadida por essa gente.
Há entrada do Pingo Doce já me obrigaram a parar tapando-me a passagem e querendo obrigar-me a contribuir.
Fiquei de lágrimas nos olhos, desempregada não tinha dinheiro nem para pagar a renda, fui comprar umas velas de 1€ para o bolo de aniversário de um dos meus filhos que já tinha feito em casa...


vidademulheraos40.blogspot.com.

MM disse...

http://movimento1euro.com/
Vale a pena conhecer. Com 1 euro por mês todos os associados votam numa causa por mês a apoiar.

Kiki - Família de 3 e 1/2 disse...

Já conheço MM! :) Conheci a propósito deste post ! :D E fiz publicidade na nossa página do fb.

Obrigada pela partilha!!! ;)

Anónimo disse...

Sei que, de fonte segura, a maior parte das "instituições" que vendem bonequinhos e tralha em troca de um "donativo" são um esquema absolutamente vergonhoso.

As pessoas que estão a vender a bonecada não têm a mínima ideia do que se passa (ou fingem não saber)...

No fundo, todas as banquinhas (das "instituições" diversas) podem ser reconduzidos a UM número de contribuinte... que por si é reconduzido a uma alegada "instituição".

Se pensarmos bem, quais são as "caridades" que de facto se podem dar ao luxo de:
1. investir em merchandise;
2. dar formação a vendedores;
3. pagar os vendedores (não, não estão lá em voluntariado - daí a semi-agressão, cada vez que dizemos que não)
4. pagar o espaço em centros comerciais

Com excepção da barraquinha da Unicef no natal (composta por voluntários e com espaço cedido pelos centros comerciais), os restantes são TODOS esquema!

Se queremos contribuir, o site de cada instituição oferece um NIB para onde a contribuição pode ser feita, garantindo assim que o nosso dinheiro (que custa a muitos ganhar) vai garantidamente direitinho para a instituição.

Bruxa Mimi disse...

Anónima, acho que faz muito bem em ensinar as suas filhas a ver “para além da aparência”. Aproveite e ensine-as também a não tirar conclusões precipitadas (mas se calhar tem a anónima de aprender a fazer isso, para depois as poder ensinar). Nem tudo o que parece é.
Tanto quanto sei, os peditórios para a Cáritas acontecem apenas uma vez ao ano. Mas na sua terra, que não menciona (portanto espero que não considere que ao escrever neste blogue, passados “muitos anos”, fez uma denúncia), as pessoas davam tanto dinheiro, mas tanto, que as senhoras que tinham feito o peditório lanchavam todas as tardes no Savoy! Rendimento anual garantido!...
Eu não sou uma investigadora de fraudes de rua (ou algo do género, certamente com outro nome) para ter de me preocupar com os pormenores da situação que descreveu, por isso deixei claro que não me interessavam. Mais, mesmo que fosse, esperaria que uma cidadã honrada (como a anónima certamente é) tivesse tomado as devidas providências na altura, apresentando queixa (a quem de direito, na sua situação). Não acharia que era agora eu quem teria de investigar o “caso”, só porque lera um comentário anónimo num blogue…
Para terminar, que isto já vai longo, lembro que nem o post original, nem os meus comentários são favor das aparências. O post refere as senhoras da Cáritas (na experiência de infância da Kiki) como exemplo de uma boa postura num peditório, uma postura afável e não impositiva e desagradável como muitas das que se encontram nos dias que correm. Eu só coloquei a questão de como é que sabia e que os dois factos não tinham de estar relacionados. As senhoras até podiam usar as moedas do peditório no Savoy, literalmente – que importaria isso, se tivessem apontado o valor total e a seguir o entregassem (em notas, provavelmente arredondando para cima) ao responsável da Cáritas? A sua “fonte” foi direta, de alguém que foi lanchar à custa do peditório? Ou foi um “julgar por ouvir dizer”?
Desculpe este comentário enorme, Kiki. Evitarei repetir.

Sofia e Beatriz disse...

Eu se quero ajudar, sei onde me dirigir!
De qualquer forma, para mim o pior é a cara e as respostas de quem quer 'vender' faz, quando dizemos que nao queremos contribuir! Ninguem é obrigado a comprar, ora!