11/01/2019

Sobre o consentimento

Sobre o consentimento 

Parece que o sexo sem consentimento não é considerado violação. 

A mim parece-me que o que quer que seja que aconteça sem consentimento é obviamente uma violação. Violação de espaço, violação de privacidade, violação de dados, violação do direito de não consentir. 

Para que o que quer que seja não seja violação é preciso que o outro consinta! Certo? Parece-me óbvio! Mas parece-me também que não é assim tão óbvio para algumas pessoas. 

Para evitar que um ser humano (homem ou mulher) faça uma violação, qualquer que seja, a outro ser humano (homem ou mulher) é preciso que sejam educados e sensibilizados para tal. (Claro que depois existem patologias... Mas isso são excepções) 

Quando? Não, não é na adolescência! É desde o berço! 

E não é a dizer às meninas que têm de se proteger dos meninos ou aos meninos que não podem abusar das meninas. Até porque as violações acontecem de formas variadas e de ambos os lados. 

É fazer ver nos recreios das escolas que não podem puxar um amigo quando ele lhe diz para parar. 

É fazer ver nas praias que não podem tirar os baldes aos outros meninos se eles não quiserem emprestar. (E não! As crianças não são obrigadas a emprestar! Nós também não gostamos de emprestar algumas coisas pelas quais temos muita estima e eles têm o direito a isso também!)

E mesmo quando estão apenas a tentar ser afectuosos com os outros e estão apenas a receber um empurrão de volta, temos também obrigação de explicar à criança que tem de parar. Não é a criança que empurra a criança afectuosa que está errada. Nenhuma delas está! Mas a criança que não quer ser abraçada por outra tem o direito de não querer. E a outra tem de aprender a respeitar. 

Não estou a falar do tal beijo ao avô! Isso é outra conversa que daria outro (ou outros. 


Por isso, vamos ensinar os nossos filhos a respeitarem qualquer ser humano, o seu espaço, a sua vontade, a sua crença, os seus valores, as suas preferências mas também a respeitarem-se a si próprios. Em vez de nos preocuparmos em ensinar as filhas adolescentes que têm de se proteger dos rapazes.

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