24/08/2017

E se começássemos a ter tino?

Ahhhhhhh!!!.... 

Esta guerra do cor-de-rosinha e do azulinho já chateia... 

Vamos lá ver uma coisa! 

Meninas são meninas! 
Meninos são meninos! 

As meninas vão continuar a gostar de coisas fofinhas, os meninos vão continua a gostar de coisas mais brutas! 
Boa? 

Existem diferenças óbvias para além das físicas. É científico! Os cérebros são diferentes. O funcionamento do corpo é diferente. 

E isso não significa que as mulheres sejam mais fracas ou menos capazes ou menos inteligentes. 

Isso não significa que não deixemos rapazes brincar com bonecas ou raparigas brincar com carrinhos. Podem e devem brincar com o que lhes apetecer! Independentemente da cor, formato ou função. 

Uma coisa é mostrar às crianças que são capazes de tudo independentemente de serem rapazes ou raparigas. Outra coisa é acabar com o rosinha e o azulinho! Homogeneizar o Mundo não é solução porque nós não somos homogéneos! Felizmente!!! 

Não existe igualdade de género! Existe, desde que estejamos a falar de igualdade de oportunidades.

Uma coisa é educarmos os nossos filhos homens a lavar a loiça e as nossas filhas mulheres a mudarem pneus! Outra coisa é explicarmos que ambos vão ser iguais. 

Não vão! 

Nós vamos sempre ter dores menstruais e vamos sempre deitar filhos de 3kgs pelo pipi. 

Acham mesmo que um homem seria capaz disto? O corpo dos homens não está sequer preparado para as alterações hormonais que sofremos ao longo da vida. Ao longo do mês! Ao longo do dia!!! 

Os homens não aguentam sequer 37,5ºC de febre! 

As meninas nunca vão coçar os tomates! 
Os homens nunca vão ter de escolher entre um penso com abas ou sem abas.

Os homens nunca vão ser capazes de distinguir entre o salmão e o coral! Estão-se a cagar! 
E nós também não queremos saber a diferença entre uma polia da cambota e uma correia trapezoidal! Nas tintasssss!!! 

A minha filha sabe que pendurar quadros na parede não é função do homem. 
O meu filho sabe que dar banho aos filhos não é função da mulher.  

Em vez de nos preocuparmos com o facto de andarmos a dar coisas rosinha às meninas e azulinhas aos meninos, vamos antes preocuparmo-nos em ensinar-lhes a respeitarem-se uns aos outros. A colaborarem uns com os outros. A lutarem pelos seus sonhos. Sejam eles ir à lua, ser presidente da República ou artista de rua! Independentemente do sexo. Indepententemente das nossas filhas irem com um buscopan no bucho, ou os nossos filhos com a barba por fazer! (Deve ser uma seca fazer a barba todos os dias!!!) 

E só para acabar, eu quero continuar a ter uma casa-de-banho só para mulheres! E quero continuar a entrar à frente dos homens nas portas dos restaurantes e elevadores! 

16 comentários:

Anónimo disse...

Tal e qual! Adoro, mulher com os tomates no sitio... Oops! ;)
Suse Sousa

I* disse...

É muito por aí!

Anónimo disse...

Concordo a 100% consigo mas a polêmica vai para além das cores das capas,deve se as diferenças de dificuldades nos exercícios ; ))

Anónimo disse...

Ah ah ah... 3kg e uns trocos no meu caso... lol.. e é tal e qual! Viva os "tomates" das mulheres na sitio, que sem serem coçados, impulsionam a vida para a frente! ;)
Leonor Comenda

raquel disse...

NEM MAIS!

Unknown disse...

A minha filha no seu segundo natal recebeu uma mala de ferramentas de brincar espectacular, tem imensos carrinhos, bolas, disfarces de pirata e afins, mas alguém lhe pergunte qual a cor preferida: COR DE ROSA!!!(E eu que ate nem sou grande fã, vejo-me inundada num mar cor de rosa), é uma autentica diva (como o pai), vê futebol com o pai, mas quer ter aulas de ballet. Ha diferenças!Mas daí, a uma editora publicar um livro com graus de dificuldade diferente - se é que o fez, ainda espero que o livro fosse progressivamente aumentando a dificuldade e que a imagem apresentada para o das meninas fosse no inicio e a imagem do exercicio dos meninos fosse do fim do livro, mas dado que aparentemente a editora nada disse para se justificar...- aí é uma situaçao preocupante! Há diferenças de genero e há diferenças individuais, conscientemente fomentarem diferenças nas competencias, é de lamentar!

Filipa Alves disse...

O problema aqui não é propriamente a cor dos livros associada ao género! São as ditas atividades que estigmatizam as crianças. Colocam as meninas na cozinha e nas lidas domésticas e os meninos nas atividades ao ar livre e com competências superiores! Eles montam robôs e nós preparamos o lanche)!

Duarte Lázaro disse...

Tenho que discordar com o "nunca"! Para além do ditado "nunca digas nunca", a natureza infelizmente trata de cometer alguns erros...

Maria Luísa disse...

Concordo em absoluto! Há assuntos bem importantes e sérios para debater relativamente às crianças, à educação e aos direitos humanos. O cor de rosa e o azul não me parecem, de todo, pertinentes. E, apesar de achar que a editora foi infeliz com a edição dos dois blocos de atividades, não me parece que venha daí grande mal ao mundo. Parabéns pela forma divertida com que expressou uma opinião tão sensata.

Carla Marques disse...

Concordo que não somos iguais e que isso é ótimo. :D Adoro a diferença entre pessoas e, para mim, é aí que reside a piada da existência.
Seria muito monótono gostarmos todos do mesmo e nem seria prático.
Mas esses livros que se querem didáticos... a sério? Cor de rosa e azul?

Não obrigado. Até gosto de algumas coisas vintage (principalmente na decoração) mas a educação pretende-se uns passos mais à frente. Eu sou rapariga, mãe de duas meninas, e detesto cor de rosa, odeio tarefas domésticas e sinto-me incomodada com livros didáticos que tenham tamanha distinção. Não muito incomodada. Acho tolo... só.

Andreia Moreira disse...

Adorei!!! É isso tudo :)

Francisco disse...

humm... compreendo a questão do "foco" no respeito, que de facto é a questão essencial. Mas creio que a discussão, mesmo que fosse só centrada no "azul" e "cor-de-rosa" (que não está a ser!), teria pertinência. Porquê? É que não é simplesmente a decisão de vestir rosa ou azul que está em causa; é todo um conjunto de mensagens quase subliminares que sobretudo a indústria explora e nós, consumidores, parece que aceitamos passivamente. O que a Porto Editora fez - com intenção em relação à definição de público-alvo, mas creio que distraidamente em relação ao nível de dificuldade dos exercícios - é repetido até à exaustão em TODAS (que me lembro) as áreas de negócio de produtos e serviços destinados às crianças, desde os brinquedos, às roupas, aos livros, etc. etc. etc.... A questão não é obviamente a cor, mas o estereótipo que se cria ou simplesmente se reforça até à exaustão, das meninas que são "invariavelmente" princesas e dos meninos são "invariavelmente" aventureiros. Ora, diferenças de género à parte, parece-me que já passámos essa era há muito e que esta "indústria" continua a perpetuar um conjunto de conceitos do século passado; e isso, na minha opinião, importa discutir, discutir e discutir!

Os Pitinhos disse...

Adorei!!
O meu filho mais velho (21 anos) quando tinha cerca de 4 anos pediu-me uma boneca de presente.
Ofereci-lhe a boneca, ela gostou, brincou com ela poucas vezes e ficou satisfeito. Nunca mais lhe ligou, assim como aconteceu com carrinhos e outros brinquedos que tinha.
Não entendo estes preconceitos.
Marta
https://pitinhosdamarta.blogspot.pt/

Anónimo disse...

Uma mulher que quer uma casa de banho só para ela é o mesmo que um homem que quer um shopping só para ele.

Uma mulher que entende o real significado de igualdade de género, não quer continuar a ir à frente do homem, nem a atrás, quer ir ao lado dele.

Homem e Mulher devem caminhar lado a lado e olharem-se como seres humanos sem preconceito de género, com uma atitude aberta e de partilha, sem pensamentos estereotipados.


Temos que educar as meninas a dar menos importância à sua imagem e mais ao desenvolvimento da sua personalidade, cultura, educação, para terem uma mente mais aberta e um espectro menos reduzido e centrado em si mesmo.

Para que entendam de uma vez que antes do género vem a espécie.

Anónimo disse...

A ser verdade, concordo consigo. No entanto, a editora diz que há diferenças, sim, mas tendo a conta a totalidade das publicações, o grau de dificuldade é semelhante... Infelizmente, hoje em dia não sabemos no que acreditar em termos do que lemos.

"Em resposta ao PÚBLICO, a responsável pelas publicações infanto-juvenis da Porto Editora, Susana Baptista, nega que existam exercícios com graus de dificuldade diferente para rapazes e raparigas. “Em ambas as edições são trabalhadas as mesmas competências, na mesma sequência e com exercícios semelhantes. A diferença está na ilustração e na abordagem artística que as diferentes ilustradoras fizeram”, refere, para acrescentar: “E se há um exemplo em que o exercício, no caso das meninas, é aparentemente mais fácil, há vários outros em que os exercícios são aparentemente mais difíceis” no livro que é dirigido a elas."

Miguel Barroso disse...

Concordo com quase tudo... menos isto: "Os homens nunca vão ser capazes de distinguir entre o salmão e o coral! Estão-se a cagar!
E nós também não queremos saber a diferença entre uma polia da cambota e uma correia trapezoidal! Nas tintasssss!!! "

Isto é um estereótipo claro... há 20~30 anos quase não havia mulheres nos cursos de engenharia. Hoje em dia, felizmente, o cenário é muito diferente...