14/06/2010

Alguém tem solução?...


Não sei quem disse à gajinha que resolveu queimar o soutien em praça pública há 50 ou 60 anos atrás que eu queria trabalhar em vez de ficar em casa a tomar conta dos filhos e disposta para o marido todos os dias!

Há uns meses atrás fui promovida. Deixei de ser apenas account e passei também a ficar à frente do departamento de marketing da empresa onde trabalho. É como quem diz: Gostas? Agora prova que és capaz!

Arregacei as mangas e fui à luta! Com duas funções bastante trabalhosas em mãos, tinha de mostrar à administração que valia o voto que depositaram em mim! Pouco mais de um mês depois, descobri que estava grávida - completamente out dos nossos planos... "Desculpa lá! Mas é que afinal, vou passar 4 meses mega enjoada, reduzir drasticamente a minha produtividade e daqui a uns meses, piro-me (again) para ir dar de mamar e mudar fraldas!"

A par de tudo isto, tenho um rato em casa com quase dois anos que, além de todo o trabalho que dá todos os dias, volta e meia, também sofre de uma caganeira, febre ou constipação. O que significa que, além da produtividade baixar e de ter de sair de vez em quando do trabalho para ir fazer ecografias, também acontece ter de ficar em casa a tomar conta do rebento. Vá lá! Desta vez não tenho aulas pré-parto!

Com toda esta actividade na minha vida, ainda não falei da gestão da casa, sem empregada doméstica e o esforço que uma mulher faz para manter o marido feliz! E isso inclui um cabelo minimamente arranjado, depilação em dia, jantar a horas e com boa cara, bom-humor e boa disposição (nos intervalos dos enjôos) e volta e meia (de preferência mais volta que meia), arranjar tempo para umas beijocas.

Ah! No meio de tudo isto, consigo ter tempo para arranjar as unhas uma vez por mês. O meu momento zen tão curto e ridículo! E não vou ao ginásio...

Eu tive a sorte de ter bisavó até aos 24 anos e ela fez questão de me dar formação à antiga para o casamento. Das longas conversas que tínhamos em que ela me contava sempre o que fazia e o que uma mulher devia saber, há uma frase que me ficou na memória, não tanto pela verdade que ela representa, mas por ser a minha BISAVÓ a ensinar-ma: "Minha querida, uma mulher, para manter o marido ao seu lado e feliz durante a vida inteira, deve ser uma mãe extremosa, uma esposa exemplar e uma puta na cama!"

Só que a minha bisavó nunca trabalhou na vida e tinha uma cozinheira, uma costureira, uma criada, um jardineiro e um motorista a tempo inteiro em casa! Avó querida, assim é fácil ser tudo isso! Se tivesses uma carreira onde investir, máquinas de roupa para fazer e ter de decidir o jantar todos os dias, não sei como chegarias lá!

Tudo isto porque cheguei hoje ao escritório de férias, estive a organizar os 177 e-mails que recebi na semana passada, a por os assuntos todos em dia, a apagar fogos e, quando chego a meio da tarde, liga-me a minha mãe acabada de sair do pediatra da consulta dos 20 meses a dizer que a Luísa estava com uma bronquiolite aguda! Tem de ficar fechada em casa, pelo menos até 5ª feira. Como é que, depois de uma semana de férias, eu olho para a minha directora e digo: desculpa aí, tenho de ficar mais 4 dias em casa...

Já não me bastava andar preocupada com o ritmo alucinante que estou a ter durante a gravidez, o estado de saúde da minha filha que me deixa de rastos, e também ter de, mais uma vez, pedir para ficar em casa por causa da filha... Estou com o coração bem pequenino hoje...



P.s: Já sinto o Vicente a fazer-me festinhas por dentro! Já sentia um peixinho de vez em quando. Mas agora sinto várias vezes ao dia, principalmente quando estou sentada.

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6 comentários:

Patrícia Teodoro disse...

Ser mãe, sucesso profissional, gestora de uma casa, boa mulher, boa filha e boa amiga é coisa bem complicada...MESMO. AInda dizem que as mulheres do seculo XXI não sofrem mais...

disse...

A super-mulher não existe!!!
Ser mãe, mulher, esposa e boa profissional e em cada um dos campos estar sempre a 100%... só nos filmes.
Na teoria tudo é mto fácil, na realidade do dia-a-dia vai-se tentando conjugar as coisas para não deixar que umas se sobreponham à outras. Há que estabelecer prioridades e saber distinguir "urgente" de "prioritário".
Mas...não é fácil!

Bjocas

Janica Mota disse...

Kiki, Concordo plenamente, e tive uma avó que me ensinou as mesmas coisas por outras palavras... Isto de ser mulher, mãe e profissional é dificil! Eu bem digo que devia viver nos anos 50! Enfim...

pamgvb disse...

as melhoras da Luisinha.

JustMe disse...

linda..concordo com todas as tuas palavras sem tirar sequer uma virgula...

é dose...mas por aqui o marido já se queixa da falta de disponibilidade aqui da menina e às 9h30m apetece-me aterrar no sofá e ñ mexer uma palha...

tenho a imensa sorte da minha mamã me passar a roupa a ferro, senão aí é que o divorcio saía...lol ;)

Joanita disse...

E ainda dizem que hoje em dia temos a vida facilitada...