21/11/2016

Cala a boca pá!

A idade tem-me conferido uma característica que, aos olhos de uns pode ser uma virtude, aos olhos de outros um enorme defeito. 

O meu signo de balança, sempre carregou em mim o dom da diplomacia. Isso às vezes dá uma enorme trabalheira porque uma pessoa anda sempre aflita para a esquerda e para a direita a tentar fazer as coisas direitinhas de forma a não ferir susceptibilidades. E depois parecemos umas baratas tontas a tentar agradar a todos sem magoar ninguém. 

Sempre dei voltas ao discurso para tentar dizer as coisas de forma a não agredir, a não exaltar. 

Sempre tentei por paninhos quentes nas discussões de terceiros. 

Sempre tentei que uns calçassem os sapatos de outros. 

O tempo têm-me feito mudar. Não sei se lhe posso chamar maturidade, porque às vezes é simplesmente estúpido. Mas a franqueza é algo que tem vindo a ganhar terreno e isso não é propriamente bom! 

Já não consigo ficar com coisas por dizer! Sejam elas óptimas ou terríveis. E mesmo que tente usar a minha diplomacia para dizer coisas que às vezes não apetece aos outros ouvir, a verdade é que, mesmo disfarçadas de fofinhas, são sempre coisas que não apetece ouvir. Mas também não me poupo de as dizer. Não que queira magoar, mas porque acho que a pessoa tem de saber. Ou porque acho que tenho de o dizer. Isto é uma grande baralhada! 

No fundo sou sincera porque acho que é o mais correcto e às vezes sou sincera demais. E às vezes isso não leva a nada. Mas porquê ficar com as coisas guardadas? Porquê ficar a remoer uma coisa nas costas? Acredito que é preferível dizer. 

Tento na mesma fazê-lo da forma mais diplomática possível. Mas tenho noção que se calhar, às vezes, devia era ficar calada. 

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