26/01/2017

Faz, não faz... Pensa, não pensa...

Aquilo que esperamos dos outros, os outros não têm culpa! 

A maior parte da expectativa que temos em relação ao próximo tem a ver com as nossas experiências passadas. Não necessariamente más. Mas uma espécie de trouxa de uma mixórdia de sentimentos que fomos enfiando lá para dentro depois das experiências que tivemos no passado. 

Noto isso em todo o tipo de relações que estabelecemos na nossa vida. Mas se virmos as amorosas, é ainda mais gritante. Tanto do nosso lado em relação aos outros, como do lado dos outros em relação a nós. 

Reunimos todas as experiências boas e más e desenhamos milimetricamente a pessoa que esperamos que esteja do outro lado. Não deixando sequer espaço para o benefício da dúvida. 

Se no nosso passado houve alguém que adorava ver o pôr-do-sol e isso nos agradava, esperamos que o outro adore ir ver o pôr-do-sol também. 

Mas se no nosso passado houve alguém que ressonava de noite e isso nos enervava profundamente, então esperamos que o outro não só adore ir ver o pôr-do-sol, como também não ressone. 

Não damos espaço ao outro de mostrar que tem qualidades e defeitos diferentes que podemos gostar e detestar em novo. 

Mas pior ainda, é o outro sentir o mesmo em relação a nós. Porque é muito mais enervante. Que culpa temos nós que alguma tipa no passado tenha tido tiques estranhos que deixavam o homem possuído. 

O mesmo acontece em relação aos erros que vamos comentendo. Enfiamos na cabeça que não podemos voltar a fazer determinadas coisas. E isso parecia-me óbvio até há pouco tempo. Agora parece-me só parvo. Porque o que funciona com uns não funciona com outros. E aquilo que foi um erro com uma pessoa pode vir a ser a fórmula certa com outra. 

No fundo passamos a vida em tentativas erro. Passamos a vida a questionar e a por tudo em causa. Passamos a vida a medir os nossos passos, a medir as consequências. Se calhar, com tanto cuidado, com tanta preocupação e com tanta expectativa, esquecemo-nos de viver. 

Já sei! Agora vou aprender a ser espontânea. Se calhar daqui a uns tempos já acho isto tudo ridículo outra vez! 

[ou então vou só tomar os comprimidos!]


1 comentário:

Anónimo disse...

os comprimidos costuma resultar ahahaah